A dor e a delícia de brincar com giz na rua com uma criança:
- Olha a minha flor! Você gostou?
- Não - e sai correndo pra continuar a brincar.
<3
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Eu faço questão de, pelo menos, sorrir três vezes ao dia para coisas aleatórias - seja por um filhote sagaz de labrador que pula em todo mundo ou aquela criança que dança no carrinho no passeio matinal com a babá.
E a noite, ao contabilizar meus sorrisos, eu percebo que cada dia continua valendo a pena, não por mim ou por quão feliz ou triste eu possa estar, mas pq a vida é bela, simplesmente.
- 2013
E a noite, ao contabilizar meus sorrisos, eu percebo que cada dia continua valendo a pena, não por mim ou por quão feliz ou triste eu possa estar, mas pq a vida é bela, simplesmente.
- 2013
domingo, 16 de agosto de 2015
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
A moça do guarda-chuva
Meu primeiro semestre de faculdade foi, também, minha primeira experiência morando fora de casa. Eu, assim como diversas outras pessoas que se mudam do interior para essa “selva de pedra”, tive um baque enorme no começo – a sensação de estar sozinha mesmo rodeada de pessoas é ainda pior do que estar sozinha de fato. Por isso acabei ficando muito triste e extremamente melancólica, o que só foi piorando conforme me sentia engolida pela cidade.
Esta época coincidiu com o final do ano e suas famosas “listas de ano novo” e, assim, eu decidi fazer pequenas promessas para mim mesma – uma delas era me abrir de verdade para a cidade e me dar uma chance de descobrir realmente São Paulo. Voltei para a faculdade com a ideia de manter essa promessa, mesmo sem saber exatamente como cumpri-la ou quais suas consequências para a minha vida. No meu primeiro dia de aula me obriguei a ir na festa dos formandos e conhecer pessoas novas e isso deu bastante certo, o que acabou me dando um choque de otimismo e alegria que culminou comigo andando sozinha pela Avenida Paulista no meio da chuva, apenas para aproveitar o final da tarde bonito que fazia.
Enquanto caminhava pela ponte para chegar no metrô Paraíso, parei para tirar uma foto do por-do-sol, que estava de um amarelado radiante (talvez intensificado pela minha alegria) – peguei meu celular, apontei para o horizonte e, antes que percebesse, uma moça apareceu do meu lado, colocou seu guarda-chuva sob mim e disse “eu te cubro pra você tirar a foto!” com um sorriso no rosto. Por mais banal e rotineira essa atitude possa ter soado, ela reascendeu em mim a esperança infantil que eu tinha sobre a gentileza alheia e mudou completamente o meu modo de me portar perante os outros. Foi neste dia que eu comecei a acreditar no que hoje é o meu lema: “quando você se abre pro mundo, o mundo se abre pra você.”.
Sobre a solidão, a gentileza e a necessidade de um afeto
"Mas tudo bem, a senhora tá toda elegante hoje!"
"Sabe o que é, vou te contar rapidinho. Meu filho tinha 60 anos, engenheiro formado, morreu de repente. A dor é tão grande que às vezes eu nem quero levantar - eu me arrumo e arrumo meu cabelo pra tentar melhorar um pouquinho (...) que nome bonito pra uma moça gentil! Olha, eu tô por aqui sempre, vem me ver!"
"Sabe o que é, vou te contar rapidinho. Meu filho tinha 60 anos, engenheiro formado, morreu de repente. A dor é tão grande que às vezes eu nem quero levantar - eu me arrumo e arrumo meu cabelo pra tentar melhorar um pouquinho (...) que nome bonito pra uma moça gentil! Olha, eu tô por aqui sempre, vem me ver!"
Upalele
Uma vez meu vô perdeu uma briga com um touro no pasto da fazenda. Por isto, e outras coisitas más, ele tem dificuldade em andar e levantar de lugares mais baixos. Toda vez que ele precisa levantar do sofá ou do carro, eu o seguro pelas duas mãos e falo um sonoro "UPALELE", pra deixar a coisa menos maçante pra ele.
Ontem, enquanto eu o ajudava a levantar do sofá, ele me falou "UPALALA" e sorriu e, mesmo que ele estivesse de mau humor e reclamando de dor o dia inteiro, isso me fez a neta mais feliz do mundo.
Um universo pessoal
"Somos universos. Cada um de nós é um universo e, esta conversa, este encontro, duas pessoas conversando são universos se unindo. Você sai daqui como um novo universo."
- das conversas que a vida traz em uma sexta-feira a noite.
(E aproveito para deixar uma das citações mais lindas da vida, do Neil Gaiman:
"Todo mundo tem um mundo secreto dentro deles. Quero dizer todos. Todas as pessoas em todo o mundo, eu quero dizer todos - não importa o quão maçante e chato eles se sinto no exterior. Dentro, eles todos tem inimagináveis, magníficos maravilhosos e estúpido mundos incríveis ... Não apenas um mundo. Centenas deles. Milhares, talvez.")
"Todo mundo tem um mundo secreto dentro deles. Quero dizer todos. Todas as pessoas em todo o mundo, eu quero dizer todos - não importa o quão maçante e chato eles se sinto no exterior. Dentro, eles todos tem inimagináveis, magníficos maravilhosos e estúpido mundos incríveis ... Não apenas um mundo. Centenas deles. Milhares, talvez.")
Amor de vó
Todo dia que estou na fazenda, gosto de irritar minha vó pegando no seu rosto (ou pousando casualmente meu queixo no seu ombro), olhando profundamente em seus olhos e falando "vó, já te falei que te amo hoje?", e ela sempre me responde com uma risada aborrecida e um "já", mesmo que não tenha dito só pra acabar com o assunto logo - até porque normalmente isso termina comigo gritando "vóó, você me ama? Diz que me aaaama!" e ela correndo de mim.
Hoje de manhã, quando acordei, acho que minha vó percebeu que eu estava com muita coisa na cabeça e, quando entrei na cozinha, fui recebida com ela sorrindo e me perguntando "já falei que te amo hoje?"
Hoje de manhã, quando acordei, acho que minha vó percebeu que eu estava com muita coisa na cabeça e, quando entrei na cozinha, fui recebida com ela sorrindo e me perguntando "já falei que te amo hoje?"
[Pequeno adendo de um grande sentimento]
Poucas coisas me parecem tão delicadas quanto minha avó cuidando do meu avô em silêncio – não porque as vozes dizem coisas desnecessárias, mas pois o amor se faz possível de transbordar no momento em que ninguém o vê. Ninguém o obriga a se mostrar, a provar sua veracidade e força, então ele apenas existe inundando a sala com seu singelo sentimento.
La Vie en Rose
Um moço passa com sua gerbera recém comprada e destinada para seu amor; um casal de velhinhos de braços dados acompanha a música com seus passos e olhares de carinho reciproco; uma mãe dança com seu bebê vestido de minion em plena calçada e a criança sorri.
E, simples assim, o amor inundou a paulista por causa de uma música
O amor sutil
- Eu tava com tanta saudade de você.
- Eu não tava, nem um pouco.
- AH, tava sim que eu sei! Eu quaaaase morri de saudade, só não morri pq te vi ontem!
- TAVA NÃO, eu não tava, não, nem um pouquinho.
- Mas eu sou seu amigo.
- Não é não!!
- Sou, sim! E você é minha amiga.
- NÃO SOU NÃO!
- É, sim. Você é minha amiga e tava com saudade.
- EU VOU DAR UM SOCO NA SUA CARA.
(disse para o cobrador a menininha com seus quase 7 anos, ao descer revoltadíssima do ônibus, HAHA)
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